Alberto Beuttenmüller. Luiz Hermano. Publicado na revista Visão, em 28/05/1984; por ocasião da exposição no Paço das Artes, São Paulo -1984 –
Luiz Hermano é a grande revelação paulista deste semestre. Após dedicar-se à gravura em metal, chegando a dominar a técnica com originalidade, Hermano apresenta agora sua pintura, com uma linguagem semelhante mas com novas propostas, a partir do uso de pigmento extraído da terra, conseguindo cores e tons fortes e próprios.
Hermano não é um novato, já obteve prêmios importantes que poucos veteranos conseguiram, como o do Salão Nacional (desenho) e os dos salões de Curitiba (desenho e gravura). Sua ascensão artística foi rápida mas nunca houve ampla promoção para seu trabalho, conseqüência de sua timidez. O destaque em sua obra, ainda em progresso, é a mitologia cheia de faunos, centauros, naves estranhas, misturados a bichos, numa fauna e flora misteriosas, onde seguramente habitam nossos sonhos e nossos pesadelos. Desta vez, Hermano recortou a tela, pregando-a diretamente à parede, numa tentativa de chamar a atenção do espectador para sua proposta, realmente inovadora, ainda que com a insegurança da novidade.